‘Bola de fogo’ no céu da Bahia intriga moradores: entenda o que era misterioso fenômeno 3g3j60

15/05/2025 03:20 • 4m de leitura

Moradores de cidades da Bahia viveram momentos de espanto e curiosidade no fim da tarde da última quarta-feira (14), ao presenciarem uma intensa luz cruzando o céu em alta velocidade. Descrita como uma “bola de fogo”, a cena foi registrada em vídeos e fotos que rapidamente viralizaram nas redes sociais. O fenômeno também foi observado em estados como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e no Distrito Federal, mas foi especialmente visível no Oeste baiano. De acordo com especialistas, o objeto que iluminou o céu se tratava de um estágio do foguete Falcon 9, lançado pela empresa norte-americana SpaceX em agosto de 2014. A estrutura, que estava em órbita desde então, reentrou na atmosfera terrestre e percorreu cerca de 1.500 quilômetros em aproximadamente quatro minutos, antes de se desintegrar. A identificação foi confirmada pela Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), com apoio de dados orbitais internacionais. As informações são do G1. 683u17

Origem foi pedaço de foguete lançado por Elon Musk 2a6a2j

O foguete Falcon 9 foi lançado, em 5 de agosto de 2014, durante uma missão da SpaceX que colocou em órbita o satélite AsiaSat 8, voltado para comunicações na região Ásia-Pacífico. Após o cumprimento da missão, o segundo estágio do foguete permaneceu no espaço como lixo espacial. Com o tempo, a gravidade terrestre e a resistência da atmosfera alteraram sua trajetória, até que ele reentrou na Terra na noite de quarta-feira. A Bramon, em análise técnica, apontou que o corpo do foguete identificado como Norad 40108 foi o que cruzou o céu, causando o fenômeno. A confirmação foi reforçada por análises dos especialistas internacionais Jonathan McDowell e Joseph Remis, reconhecidos por seus estudos sobre órbitas de objetos espaciais. “Após cumprir sua missão, o segundo estágio do Falcon 9 permaneceu em órbita como lixo espacial e, com o tempo, sua trajetória foi decaindo até resultar na reentrada atmosférica observada nesta quarta”.

Bahia foi um dos estados mais impactados visualmente 4z155s

Na Bahia, os registros foram concentrados no Oeste do Estado, especialmente em cidades como Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Correntina. Moradores relataram surpresa e até medo ao verem o céu cortado por uma luz intensa, seguida de um rastro esbranquiçado que desapareceu em segundos. A forte luminosidade gerada pelo atrito do objeto com a atmosfera terrestre criou a impressão de que o céu estava sendo rasgado por uma chama, reforçando a ideia de que se tratava de um meteoro. No entanto, especialistas descartaram essa possibilidade com base em três pontos principais: a velocidade reduzida do objeto, o rastro persistente de luz e a trajetória prevista por sistemas de monitoramento orbital.

Bahia na rota do lixo espacial 6b5k2y

Segundo astrônomos e cientistas planetários, o fato do fenômeno ser visível com tanta clareza na Bahia e em outros estados do chamado “sul global” não é coincidência. Regiões próximas à linha do Equador, como o Brasil, estão mais suscetíveis a receber reentradas de objetos espaciais com órbitas excêntricas. Essas trajetórias, que acompanham a rotação da Terra, tendem a concentrar lixo espacial sobre áreas tropicais. Países como o Brasil, que ainda não possuem programas espaciais de grande porte, são frequentemente sobrevoados por detritos oriundos de missões lançadas por potências espaciais como Estados Unidos, China e Rússia.

Lixo espacial: risco crescente no planeta 1165n

O fenômeno observado na Bahia serve de alerta para um problema crescente no espaço: o acúmulo de lixo orbital. Estima-se que existam mais de 30 mil objetos não funcionais em órbita da Terra, incluindo satélites desativados, partes de foguetes e até ferramentas perdidas por astronautas. Embora muitos desses objetos queimem completamente ao reentrar, há sempre o risco de que fragmentos cheguem ao solo. Apesar do susto, não há registros de danos causados pelo objeto que atravessou o céu da Bahia. Contudo, o episódio reacende o debate sobre a necessidade de políticas internacionais mais rígidas para o controle e descarte seguro de componentes espaciais.

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